Fitoterapia no Esporte
Por Vanderli Marchiori
As primeiras imagens que surgem na cabeça de profissionais em relação a este assunto, em geral, são referentes a plantas possivelmente ergogênicas, ou seja, que aumentam a massa muscular. Mas a fitoterapia vai muito além disto. Primeiro há que se entender o que é a fitoterapia e porque ela virou uma estratégia dentro do atendimento nutricional em 2007.
A fitoterapia é a ciência que estuda e aplica as plantas medicinais com o objetivo de melhorar a saúde da população em geral, e também de grupos específicos com necessidades diferenciadas. O profissional nutricionista, em 2007, publicou a primeira resolução referendando a prescrição de fitoterapia na forma de chás e preparações caseiras para todos os profissionais. Preparações farmacêuticas somente são permitidas para os profissionais que comprovem conhecimento através do Título de Especialista em Fitoterapia.
As plantas medicinais têm um papel muito importante para os atletas e esportistas. O papel ergogênico é o menor deles é bastante questionável pois a maioria das plantas que tem esta promessa, um exemplo é o Tribulus terrestres, não conseguem comprovação científica do resultado.
Atualmente, usar as plantas medicinais com atividade antiinflamatória é uma excelente estratégia para esportistas e também atletas de elite em qualquer modalidade esportiva. Considerando que atletas são indivíduos continuamente inflamados e quando o tratamento dietoterápico é complementado com o uso culinário de Curcuma longa por exemplo, a presença de curcumina certamente reduz a expressão de citocinas inflamatórias e uma das consequências desta estratégia é aumentar a resistência aos treinos e reduzir o risco de alguns tipos de lesão.
Outra planta bastante importante e útil é a Whitamnia Somnifera, também conhecida como ginseng indiano ou ashwagandha. Esta planta é conhecida como adaptógena e portanto não só reduz o potencial inflamatório dos treinos como também age na recuperação de fadiga física e mental. Usar o ginseng indiano por pelo menos três meses mostra, na prática clínica, melhora de desempenho e rendimento de treino e desenvolvimento físico, além da agilidade mental. É uma planta excelente também para ser usada no pós treino para redução de fadiga física. As doses e o manejo de cada planta dependerão de vários fatores, entre eles o uso de medicamentos ou não. Em geral não há interações com alimentos ou suplementos mas certamente existem interações de plantas medicinais com vários fármacos de uso comum.
É importante deixar claro que a fitoterapia é sim uma excelente estratégia complementar de tratamento, mas que oferece riscos se usada inadequadamente, seja em dose errada ou em escolha de planta sem análise aprofundada de riscos e tempo de uso. Quanto mais a ciência evolui mais comprovada fica a relação entre o uso tradicional e com os efeitos terapêuticos desejados e este fato é fundamental para a aplicação correta e segura da fitoterapia em qualquer tipo de esporte e atleta. Na dúvida procure um profissional especializado sempre.
Vanderli Marchiori, Nutricionista e Fitoterapeuta.
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