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15/10/2018

Entenda como funciona o processo da criação de fibras musculares


Professor Newton Nunes
*Professor pelo Instituto do Coração de SP desde 1994.
*Especialista em Reabilitação Cardiovascular pelo InCor.
*Mestrado e Doutorado em educação física na USP.
*Autor do livro "Avaliação cardiopulmonar e treinamento físico. Editora Atheneu, ano 2018".


 

Alterações fisiológicas e estruturais nas fibras musculares surgem devido ao aumento da força muscular, que são adquiridas através do treinamento resistido (musculação) constante. Existem dois aspectos envolvidos neste processo: um neural e dois musculares.

As alterações no sistema nervoso, em resposta ao treinamento, são denominadas de adaptações neurais. A força muscular não depende apenas da quantidade de massa envolvida, mas também da ativação do sistema nervoso.

Geralmente nas primeiras 12 semanas de treinamento, o ganho de força vem dos aspectos neurais, veja quais são:

 

1 Melhora da coordenação intramuscular;
2. Maior eficiência nos padrões de recrutamento neural, aumentando a ativação do músculo agonista;
3. Inibição do órgão tendinoso de Golgi;
4. Melhora da coordenação intermuscular;
5. Melhora a coordenação entre os músculos agonista/sinergista do movimento a ser realizado;
6. Expansão nas dimensões da junção muscular;
7. Aumento no conteúdo de neurotransmissores pré-sinápticos;
8. Aumento no número de receptores pós-sinápticos;
9. Maior sincronicidade na descarga de unidades motoras;

 

O processo de hipertrofia muscular tem início com a aplicação do estresse mecânico, gerado pela contração muscular. Este fato induz as proteínas sinalizadoras a ativarem os genes, que promovem uma síntese proteica. Com isso, ocorre o aumento do tamanho da fibra muscular e também do número de filamentos de actina, miosina e adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes.

A hipertrofia pode ser classificada na literatura, como: sarcoplasmática e miofibrilar.

 

A sarcoplasmática é decorrente do redirecionamento do fluxo sanguíneo para o músculo em contração (resposta aguda ao treinamento).

miofibrilar é caracterizada por mudanças estruturais, resultantes do aumento do tamanho das fibras pré existentes.

O processo de hipertrofia muscular em um programa de treinamento resistido inicia-se com o estresse metabólico e mecânico, os quais causam microlesões nas fibras musculares.

Em seguida, macrófagos e neutrófilos iniciam o processo de regeneração muscular. As alterações provocadas pelo treinamento resistido (aumento da temperatura muscular, fator de crescimento semelhante à insulina (IGF 1), interleucina-6, óxido nítrico) ativam células satélites, que sofrem proliferação e subsequente diferenciação em novos núcleos. Um maior número de núcleos pode ser mais estimulado para obter aumento da síntese proteica.

Contrações excêntricas são mais eficientes para provocar o dano muscular. A hipertrofia é produto de uma relação complexa dependente do treinamento e de fatores hormonais, nutricionais e genéticos.

Através do fortalecimento muscular o corredor poderá adquirir um melhor desempenho nos treinos e provas, evitando e minimizando a incidência de lesões.

 

Como ocorre o aumento da força muscular?

 

Resumindo:

  1. Ativação muscular; (estresse mecânico e metabólico)
  2. Sinalização de eventos decorrentes de alterações estruturais nas fibras musculares;
  3. Respostas inflamatórias;
  4. Ativação de células satélites;
  5. Ativação da via Akt  –  mTor;
  6. Síntese proteica após o aumento da transcrição e da tradução;
  7. Hipertrofia muscular;
  8. Contrações excêntricas são mais eficientes para provocar o dano muscular. A hipertrofia muscular é produto de uma relação complexa dependente do treinamento e de fatores hormonais, nutricionais e genéticos.

 

 

Especialista explica porque você não deve treinar em jejum

 

Durante a realização de qualquer atividade física nosso organismo necessita de energia. Até mesmo em repouso necessitamos disso para realizar nossas funções vitais, como por exemplo, respirar. Esta energia é proveniente do alimento que ingerimos nas refeições que deve sempre conter carboidratos, gorduras e proteínas, de uma maneira equilibrada.

Durante o treinamento físico, nosso organismo necessita de glicose para realizar os movimentos exigidos pelo exercício físico e ela é proveniente dos carboidratos. Contudo, quando nosso corpo fica muitas horas sem ingerir qualquer alimento, o estoque fica reduzido, prejudicando assim seu fornecimento.

Desta forma, o organismo recorre ao estoque de gordura, porém a geração de energia da gordura, proveniente da beta oxidação fica prejudicada, pois é dependente do metabolismo de carboidratos, os quais estão escassos ao praticar atividade física. Neste momento então, inicia-se o metabolismo predominante de proteínas, ou seja, proteólise.

Com isso, a geração de energia é proveniente de massa magra do indivíduo, isto mesmo, a pessoa começa a perder músculos durante a atividade física.

Importante reforçar o conceito da bioenergética: o metabolismo é dependente de um nível razoável de carboidratos no organismo, caso contrário, a geração da energia é proveniente de massa magra. Treinar em jejum é uma maneira de reduzir a quantidade de músculos do seu organismo. Nunca realize tal procedimento.

Concluindo: treinar em jejum é um grande equívoco. Não faça isso!


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